sexta-feira, 13 de maio de 2011

Mãe Preta

 


Mãe Preta
Mãe preta cansada, cansada da vida,
De tanto sofrer, de tanto penar...
Seus filhos eram tantos, pretos e brancos,
De todos querida, seu lema era amar.
Consolo, carinho, calor, afeição,
Seu  sangue daria, só por compaixão.
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Pra vê-los sorrir, sem ter sofrimento,
Deu-lhes alento – remédio a curar...
Na estrada tão dura, guiava com a mão,
Curvada, alquebrada, sempre a amparar!
Cabelos tão brancos, regaço tão doce,
No caminho escuro, estrela a brilhar!
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Mãe preta serviu, alegre, fiel, a sua sinhá,
Mãe branca, tão moça, com tanta beleza,
E tanta riqueza, somente queria
Mandar, ordenar, pras suas escravas:
“Vai trabalhar! Vai trabalhar!”
E assim deste jeito, o tempo passou,
Levando mãe preta pro lado de Deus...
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No dia de hoje, eu quero saudar
Aquela que prezo, e que não vive mais
Na pobre senzala de anos atrás...
No plano divino, ainda prossegue
Humilde, bondosa, em sua missão:
Verter de seu peito o leite bendito,
Seu puro alimento- conforto ao espírito...
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Mãe preta me embala, em sua canção,
Eu quero dormir, um sono profundo,
Só quero acordar, no dia em que o mundo
Não mais chorar, e todos se amarem,
Darem-se as mãos, irmãos como são,
Unidos louvarem, em suave oração:
A bênção mãe preta! A bênção mãe preta!
                      Por Sandra Pereira da Cruz

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