segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O MAR E A VIDA


      Olhei o mar. Contemplei a sua imensidão...Vi o fluxo e refluxo das ondas. Elas iam e vinham, pra lá e pra cá, pra lá e pra cá... Perdi-me nessa doce visão. Ela trazia-me à tona a própria vida, que é um constante vai-vem de coisas boas e coisas ruins. A vida traz, a vida tira; a vida dá, a vida toma. Hoje ela nos dá a felicidade, nos regozijamos com uma vã alegria, nos embriagamos em delírios de expansão do nosso eu interior que se encontra livre.




        Amanhã, a mesma vida nos tira aquele contentamento e nos deixa com a tristeza, solitários. Nosso eu torna a retrair-se e se esconde nos refolhos da alma, acabrunhado e triste.

        Olhei o mar e pensei:
O mar em seu círculo vicioso de levar e trazer as ondas é como a vida. Ora o  mar parece rude e agressivo: suas potentes ondas parecem querer tragar a terra. É a felicidade que vem em seu ímpeto avassalador, querendo num só momento aurir de todas as coisas boas do mundo.


Ora o mar que se nos apresenta meigo e sereno. É a tristeza que nos invade o ser: é a grande portadora de equilíbrio, que a cada momento que vem,  nos prova a grandeza de Deus, que nos faz experimentar os dois estados ( tristeza e alegria), para que sintamos que todo extremismo exagerado é porta aberta ao próprio mal.
(Por Sandra P. da Cruz em 14/07/78)

sábado, 29 de janeiro de 2011

FAZ DE CONTA

Ouve, amigo:
Tu podes sonhar!
Faz de conta que és esta gaivota.
Lança-a ao infinito e hás de te sentir livre...
Livre   ...
          Do medo que te oprimiu.
          Do pranto que te sufocou
          Da mágoa que te amargurou.
          Do ódio que te corroeu.
Tu és pássaro e podes voar ao longo da montanha.

A palavra de ordem é:
Liberdade
         Para amar o teu bem-querer.
         Para crer nas coisas belas.
         Para sentir deus em todas as cosas e      criaturas.
          Para pensar só no bem.
Tu tens à frente o paraíso, vive-o!
(por Sandra P. da cruz escrito em 18/12/87

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

MÃE- ETERNIDADE: MATERNIDADE

A hora do parto, instante infinito,
É feita de dor e toda prazer...
Etapas vividas, logo vencidas,
E cada momento, por si construídas.
                *****
Ânsia, temor, futuro incerto,
Caminho encoberto,
Um querer encontrar-se,
De almas unidas, já pressentidas
Há tanto tempo sabidas!
            *****
Ir lado a lado, num só amor
Tão verdadeiro, tão único,
Tão primeiro e sem igual...
É um dar-se por inteiro,
Sem luta- numa eterna permuta!
              *****
De repente
 Uma explosão súbita de vida,
Alegria imensa, incontida,
Sofrimento que se vai,
Um pensamento de paz,
A certeza mais bonita,
Do brilho da lágrima que cai...
          *****
É algo divino, sublime,
 Vivido por tantas e todos nós:
A mãe contempla seu filho,
Cumpre-se a lei universal:
Milagre mais puro, na essência,
Amor que transforma, compara,
Igualando o ser humano
Ao ser mais angelical...
         *****
Eclodir da maternidade,
Mãe para eternidade,
Fonte regando o campo,
 Campo se abrindo em flor.
É deus consolando os homens,
Viver vale a pena,
                    Sempre!
                                Nascer!
Por Sandra Pereira da Cruz

PAZ E FRATERNIDADE

Eu quero a fraternidade                              
A verdadeira união
A humanidade se amando,
Sem guerra, só compreensão

Eu quero a paz integral
Mais pura, celestial
A certeza nesta vida
do Amor sem condição.

Eu quero olhar no teu rosto
E te ver por inteiro
Tua alma sem disfarces
Refletida no espelho
Ligada a minha, enfim...
         Puro reflexo
                         Num nexo apenas:
                          NÓS- SEMPRE NÓS.
(Por  Sandra P. da Cruz)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

VERDE

Verde, que bom ver-te!
Tão profundo e misterioso,
Matas altaneiras e aglomeradas
Que formam montanhas de esmeraldas.

Verde, que bom ver-te!
Meu olhar se perde em ti.
Respiro profundamente esta energia
E com alegria a retenho em mim.

Verde, que bom ver-te!
Minha esperança renasce enfim,
Brilho colossal de matizes gentis
Dessas árvores mescladas em tons sutis.

Verde água, verde musgo,
Verde claro, verde escuro,
Verde azulado, verde cítrico,
Múltiplos, faiscantes e multicores.


Esses verdes ampliam,
O bem que sinto aqui.
Dão-me conforto,          
      A paz da alma,
         Amor pleno, verdadeiro,
                 Deus está presente
                       Eu sei, está sim.
                                                         Por Sandra Pereira da Cruz

ESTRADA

ESTRADA
Sem ter medo, adiante eu vou...
Novos horizontes quero descortinar
 Desbravar caminhos rudes
Ásperos pedregulhos, pés a sangrar
Não importa, sigo  a andar, mesmo assim.

Caminhando estrada afora com alegria
Entoando hinos e canções de paz
Deus comigo, coração em harmonia,
Sigo a luz de uma estrela guia
E vou em frente, aprendendo a amar.
    Por Sandra Pereira da Cruz
    

LEMBRANÇAS

Lembranças ( escrito em 13-09-87)
Crianças brincando,
Sorrindo, cantando,
Na Terra a ventura
 De um  mundo melhor.
Lembrança querida
 Na mente a brilhar:
Alento real
Na luta renhida
 Que temos na vida
Ao longo a trilhar...

Bendito o menino
Que vindo das brumas,
Talvez de um sonhar,
Me trouxe a palavra
 Eum meigo olhar-
Suprema aliança
 De Deus a chamar.
Com ela a promessa
 De amor e de luz
No peito inquieto
 Que estava a chorar.

E o suave anjinho,
De esperto, maroto,
Se foi num encanto,
Fugiu a brincar...
E hoje ainda, ecoa na alma,
Sua voz muito meiga
Num doce acalanto
Num terno embalar...

Nos dias de sol,
O vejo acenar
Das nuvens distantes,
Pedindo que espere,
Que um dia não longe
Virá me buscar...
E nós dois iremos
 Andando ao léu
Colher muitas flores
Nos jardins do céu.
Por Sandra Pereira da Cruz

NO MAR, COM O MAR

Nas ondas do mar quero me banhar.
Quero lavar toda a impureza,
Fazer ressurgir minha beleza.
Mas não só a do corpo, material,
Quero ganhar o frescor matinal
Das almas puras e sinceras.
Daquelas que refletem o seu interior
Qual cristal límpido, reluzente,
E com sua luz consolar toda gente.
Quero me lavar nas águas do mar.
Que elas me envolvam docemente
Limpem a crosta impura, envelhecida
 Do mal que acumulei em mim.
Que eu seja então luz brilhante
               A irradiar pra sempre
                       E infinitamente,
                                  AMOR
                                            AMOR
Por Sandra Pereira da Cruz

                                                        AMOR


Até Quando?

Até quando viveremos

Reféns de nossa insana corrida             
Pela busca na vida de um nãoseioquê?   
Pereceremos, por certo, nesta luta,
Vencidos pelo medo da ameaça
Que ronda perto, nos detém
O passo já rígido e cansado.
Somos andróides, encenando uma farsa,

Dispersos e insones na noite sem fim.

Vagamos indecisos no limiar
De uma nova era -
Tempo de paz, libertação e luz?
É pura quimera, ilusão tênue
Que se desfaz em caos e solidão.
                        (Sandra P. Cruz)

               ******

É preciso calar a mente,
Silenciar os ais que vertem
No abismo absurdo do inconsciente.
É preciso fechar os olhos e meditar:
Tornar-se uno com o nada,
Ser apenas um sobrevivente,
Anular-se na aparente paz,
Tão plena e tão fugaz
         Que se desfaz
              Qual fumaça
                  Evanescente....
                      (Sandra P. Cruz)