quarta-feira, 25 de maio de 2011

AMIGO



Nos meus brancos sonhos,
eu tenho um amigo
gentil, mas sincero,
que diz coisas belas,
e sempre sinceras
ainda que ela
doa em mim.
Bem sei que é falível,
pois é ser humano,
mas é um amigo,
"que eu gosto porque,
e não apesar de".

Ao longos dos anos
que vão se passando,
a nossa amizade
vai mais se firmando,
se intensificando,
se eternizando...

O meu bom amigo,
"me" olha nos olhos,
"se" cala à vezes,
quando eu quero a paz,
a paz do silêncio
que busco enfim.
Está sempre partindo,
e sempre voltando,
tal fluxo e refluxo
das ondas do mar.

E eu fico pensando,
no dia em que ele,
tiver que partir,
e por fatalidade,
ou casualidade,
não mais voltar...
Será pra sempre?
O que será de mim?
No recesso da alma,
alguém me responde:
Não ficarei sozinho.

Encontrarei outro amigo
nascido das brumas
do meu louco sonhar!
Um porto seguro,
um ombro sereno,
um meigo olhar,
onde eu possa então,
nas horas amargas,
ou na doce alegria,
rasgar o meu peito,
banhar minha alma,
e serenamente
poder repousar...
(Por Sandra P. da Cruz- escrita em 1980 sob o pseudônimo de Claro Enigma)






BOA QUARTA-FEIRA E BJSSSSSSSSSSS

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Mãe Preta

 


Mãe Preta
Mãe preta cansada, cansada da vida,
De tanto sofrer, de tanto penar...
Seus filhos eram tantos, pretos e brancos,
De todos querida, seu lema era amar.
Consolo, carinho, calor, afeição,
Seu  sangue daria, só por compaixão.
                      ***********
Pra vê-los sorrir, sem ter sofrimento,
Deu-lhes alento – remédio a curar...
Na estrada tão dura, guiava com a mão,
Curvada, alquebrada, sempre a amparar!
Cabelos tão brancos, regaço tão doce,
No caminho escuro, estrela a brilhar!
                        ***********
Mãe preta serviu, alegre, fiel, a sua sinhá,
Mãe branca, tão moça, com tanta beleza,
E tanta riqueza, somente queria
Mandar, ordenar, pras suas escravas:
“Vai trabalhar! Vai trabalhar!”
E assim deste jeito, o tempo passou,
Levando mãe preta pro lado de Deus...
                        ************
No dia de hoje, eu quero saudar
Aquela que prezo, e que não vive mais
Na pobre senzala de anos atrás...
No plano divino, ainda prossegue
Humilde, bondosa, em sua missão:
Verter de seu peito o leite bendito,
Seu puro alimento- conforto ao espírito...
                    ***************
Mãe preta me embala, em sua canção,
Eu quero dormir, um sono profundo,
Só quero acordar, no dia em que o mundo
Não mais chorar, e todos se amarem,
Darem-se as mãos, irmãos como são,
Unidos louvarem, em suave oração:
A bênção mãe preta! A bênção mãe preta!
                      Por Sandra Pereira da Cruz

sábado, 7 de maio de 2011

UM TRIBUTO ESPECIAL

      Na vida moderna, a mulher é impelida a deixar seu lar e exercer um papel mais ativo e participar na sociedade. Hoje, vemo-la em todos os setores, atuante, competente, na luta pelo seu espaço, em pé de igualdade com os homens.
     A propósito de tudo isto, quero lembrar, sobretudo, sem desmerecer as demais, a mulher que além dos compromissos profissionais que assume, tem a missão árdua – sublime de ser mãe. É a esta classe feminina para quem venho render o meu tributo especial.
      A mãe professora, que sai, não raro, de manhã cedo para sua escola, educar filhos de outras mães, tendo que muitas vezes esquecer seus problemas pessoais, sabendo que seus próprios filhos talvez precisassem um pouco mais de atenção e dedicação.
      A mãe médica que vive 24 horas em disponibilidade para seus clientes, e, no entanto, é até forçada a negligenciar no tratamento de um filhinho enfermo.
     A mãe secretária, que tem que abdicar de suas tarefas de administração do próprio lar, para servir um chefe nem sempre tão compreensivo e agradecido.
    A mãe artista que vive tempo integral nos palcos de teatro, circos, boates, estúdios de TV, emissoras de rádio... Sem falar nas horas que gasta em ensaios, treinamentos, cuidados com a aparência, tão indispensáveis, compromissos sociais. Sei de algumas que passam até semanas sem ver os filhos, pois em determinados momento, por força de contrato, mudam até de cidade.
      Louvo também a mãe empregada doméstica, a cuidar do lar alheio, sempre impecável e a deixar o seu em desalinho, relegando seus filhinhos a mercê de si mesmos, sozinhos, pois necessita sair pra ganhar o sustento da família.
      Não esquecerei as mães operárias, comerciárias, bancárias, advogadas, engenheiras, enfim, são tantas, inumeráveis. Seria impossível citar todas. Só sei que são elas o sustentáculo de nossa nação: humildes, altivas, cultas, analfabetas, pobres, abastadas, formam um batalhão que acima do justo  interesse financeiro, almejam algo mais: participar no contexto da vida, dar  sua contribuição, a sua parcela , coisa que talvez não pudessem  realizar se ficassem confinadas em suas casas. Seus filhos, tenho certeza, embora percam algumas horas de sua convivência, serão compensados pois terão uma mãe realizada enquanto pessoa humana, portanto mais feliz, equilibrada, em  maiores condições de lhes passarem sua experiência de vida.
    Façamos justiça a essas mães batalhadoras, por vezes tão criticadas, supostamente julgadas como descuidadas em seu apostolado materno. Elas estão aí, em todos os lugares, construindo este Brasil novo.
    Rendamos também a elas, no dia de hoje e sempre a nossa homenagem.